A
Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro desenvolve ações de formação de professores com o objetivo de
contribuir para a melhoria do ensino da leitura e escrita nas escolas públicas
brasileiras. Tem caráter bienal e, em anos pares, realiza um concurso de
produção de textos que premia as melhores produções de alunos de escolas
públicas de todo o país. Na 3ª edição participam professores e alunos do 5º ano
do Ensino Fundamental (EF) ao 3º ano do Ensino Médio (EM), nas categorias:
Poema no 5º e 6º anos EF; Memórias no 7º e 8º anos EF; Crônica no 9º ano EF e
1º ano EM; Artigo de opinião no 2º e 3º anos EM. Nos anos ímpares, desenvolve
ações de formação presencial e a distância, além da realização de estudos e
pesquisas, elaboração e produção de recursos e materiais educativos.
A
iniciativa é do Ministério da Educação (MEC) e da Fundação Itaú Social, com
coordenação técnica do Cenpec — Centro de Estudos e Pesquisas em Educação,
Cultura e Ação Comunitária, e tem como parceiros na execução das ações o
Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), a União Nacional dos
Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e o Canal Futura.
A
Coordenadora Municipal professora Carla Regina Scheibler Theisen, no dia 10 de
setembro reuniu a Comissão Julgadora Municipal, composta pelo representante da
SMECD, Ana Maria Kauffmann Schimuneck, da EMEF Santo Antônio do Pádua, Rosirene
Petter Quinot e do Colégio Poncho Verde, Cláudia Hackenhaar na Secretaria
Municipal de Educação e realizou a seleção dos textos, os quais participarão da
etapa Estadual.
Os
classificados foram os seguintes:
Categoria
|
Título
|
Autor
|
Turma
|
Escola
|
Poema
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Mato
Leitão
|
Gabriel
Eduardo Goettems Matthes
|
6º
Ano
|
EMEF
Santo Antônio de Pádua
|
Memórias literárias
|
Meu
passado, minha história...
|
Weslei
Mateus Alf
|
7º
Ano
|
EMEF
Santo Antônio de Pádua
|
Crônica
|
A
língua do povo
|
Dagiane
Piovezani
|
1º
Ano
|
Colégio
Poncho Verde
|
Artigo de opinião
|
Jeitinho
Brasileiro
|
Karine
Wille Kraemer
|
2º
Ano
|
Colégio
Poncho Verde
|
TEXTOS DA OLP FASE MUNICIPAL
Categoria: Poema
Autor: Gabriel
Eduardo Goettems Matthes
Turma:
6º Ano
Escola:
EMEF Santo Antônio de Pádua
Título: Mato Leitão
O tatu cavou um buraco
E de noite se escondeu em um balaio
De manhã tomou um sol
Lá nas bandas de Sampaio.
O tatu cavou um buraco
Um buraco bem bonito
Quando saiu para descansar
Já estava em Arroio Bonito.
O tatu cavou um buraco
Para sempre morar
Como não tinha noiva para casar
Para Santo Antônio foi apelar.
Em Boa Esperança e em Conceição
Uma flor de orquídea ele apanhou
Em Mato Leitão, para sua pretendente a entregou
E na Igreja Santa Inês então se casou.
O tatu cavou um buraco
Com sua esposa se multiplicou
E pelo município seus filhos criou.
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Categoria: Memórias literárias
Autor: Weslei Mateus Alf
Turma: 7º Ano
Escola: EMEF Santo Antônio de Pádua
Título: Meu passado, minha história...
Eu nasci no sul do país, em uma cidade bastante pequena, eu adorava e ainda
gosto muito de morar aqui. Lembro de muitas coisas da minha infância, da
natureza, das árvores cheias de pássaros cantantes e de quando eu pescava no
Arroio Sampaio. Pescava vários tipos de peixes como: Cará, Lambari, Jundiá,
etc. Praticamente só fazia isso, porque meu pai não queria que eu trabalhasse
na roça. A gente se divertia com coisas simples, em lugares singelos, mas sempre
com muita alegria e amizade.
Recordo-me das festas que duravam 3 a 4 dias, uma festança sem fim, onde se
reuniam todas as pessoas da localidade. Tais festividades eram feitas em matos
e se chamavam "Baile de Kerb", nome de origem germânica, como muitos
por aqui. O mato era da comunidade evangélica, onde se homenageava a padroeira
comunitária, se faziam bingos, rifas, sorteios e se alimentava muito bem com
cuca e linguiça, torta e comidas típicas locais. Estas festas eram tão boas que
pessoas de outras comunidades e até de outras cidades vinham prestigiar. A
gente aproveitava para se divertir, comer bem e também "dar uma
olhada" nas moças que se enfeitavam todas para virem à festa. Bons tempos
aqueles!
Em um destes "Bailes de Kerb" conheci a que seria a mulher da minha
vida. Acabei me casando e resolvi comprar uma área de terra e começar a
praticar a agricultura. Na verdade, lidar na terra era uma das poucas coisas
que sabia bem, conhecimentos passados de geração para geração. Tudo ia muito
bem, plantávamos tudo o que precisámos para nos sustentar, alimentar o gado e
outros animais.
No ano seguinte não tivemos a mesma sorte, eu e os agricultores da comunidade
perdemos toda a plantação do ano por causa de um enxame de gafanhotos que
destruiu tudo. Tivemos muitas dificuldades naquele ano, porque praticamente só
vivíamos da agricultura. Aliás, de pecuária e agricultura eram do que viviam
por aqui as pessoas. Foi um ano muito triste, cada um se segurava na esperança
que tinha e esperava por um próximo ano melhor. Quem vive da agricultura sabe
que depende muito do tempo e da sorte.
Hoje aqui na comunidade vivem pessoas da minha época. Os que vivem são Agnes
Puhl de 92 anos, Amanda Hickmann de 93 anos e Olga Huwi de 91 anos. A nossa
localidade também mudou muito com a chegada da tecnologia, casas muito
modernas, pessoas de outros lugares, mas ainda mantém o ar de interior, de
gente boa e muito simples. Não posso me esquecer dos pontos turísticos da
época, os lugares que nós íamos era a igreja, também adorávamos ir às corridas
de cavalos e os rodeios.
Atualmente está tudo muito mudado, as pessoas pouco se reúnem e muitos nem se
visitam mais. Agora com 83 anos, não posso mais trabalhar, a idade às vezes faz
isso com a gente, mas quando me lembro da minha infância, volto no tempo e me
emociono com tantas lembranças e histórias de um passado que já foi, mas que
parece estar bem presente e vivo em minhas memórias.
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Categoria: Crônica
Autora: Dagiane Piovezani
Turma: 1º Ano do Ensino Médio
Escola: Colégio Poncho Verde
Título: A língua do povo
Quem não gosta de uma fofoca? Ficar sabendo um pouco sobre a vida dos outros?
Aqui na minha cidade a única coisa que não é pequena é e língua das pessoas.
Mas se formos analisar, é até bom, sinal que somos lembrados.
Engraçadas são minhas vizinhas. A de baixo adora uma fofoca por telefone, fica
horas conversando sobre os acontecimentos da semana! Mas ela também se reúne
com as amigas aos domingos, jogam carta e muita fofoca sobre as
"fulanas".
E tem a vizinha de cima, ela por sinal é muito prestativa. Quando saio, fica me
sondando: quer saber onde vou, porque estou tão arrumada e aquela pergunta
típica "e os namoradinhos?". Ela tem um dia específico da semana para
por o papo em dia, reúne a mulherada toda, sentam em frente à casa, tomam seu
chimarrão e haja fôlego para tanta conversa! É de se assustar com as
gargalhadas.
Mas as duas são igualmente querida, ótimas vizinhas, e pensando bem, elas já
estão aposentadas. O único serviço é organizar a casa e cozinhar... que mal há
em ocupar o tempo fofocando? Elas apenas querem ser pessoas informadas.
Com fofoca ou sem, o lugar onde vivo é muito calmo, todos se ajudam. sempre nos
cumprimentam, se preocupam com os outros e pelo nosso bem estar, por isso gosto
de viver aqui.
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Categoria: Artigo de opinião
Autora: Karine Wille
Kraemer
Turma: 2º Ano do Ensino Médio
Escola: Colégio Poncho Verde
Título: Jeitinho Brasileiro
Diz um sábio ditado:
"quem cala, consente!". Encaixa-se nessa frase, é claro, o
contingente populacional brasileiro, ou pelos menos, grande parte dele.
Arrisca-se dizer ainda mais, que o brasileiro não só é condescendente com a
atualidade, como também participa com "pequenas doses" de
irregularidades.
A cultura de passar o sinal
vermelho vê ou não ceder lugares para pessoas prioritárias, chama-se
popularmente de "jeitinho brasileiro". Acontece que este, aliado à
falta de expressão, pode ser um dos motivos que mantém o caos em diversos
setores do Brasil.
Eleições trazem à tona a
compra de votos, onde tanto erra o eleitor como o candidato. Em 2001, a
estimativa era de que um em cada sete cidadãos recebeu oferta para
comercializar sua liberdade e sua voz. É um desafio achar políticos honestos em
meio a tantos jeitinhos. Mas também, como confiar em alguém para governar o
lugar em que se vive se o próprio cidadão comete erros parecidos com os que
aponta nos outros?
Muitos reclamam, mas quantos
agem perante o roubo e a má regência dos impostos que pagam? Foram feitos
protestos há um tempo, mas as reivindicações não foram totalmente atendidas.
Também a consciência em massa não mudou ainda.
Essa não é uma realidade
distante. Está presente no cotidiano, em cada lugar e também no meu. A vontade
de mudar vem com a esperança de que o espaço onde vivemos possa ser melhorado e
assim nos tornarmos mais felizes.
Mas a solução para essas vias
de mão dupla de irregularidades não é fácil, tampouco é impossível: Falar, agir
e fazer-se notar. Criar importância do justo na sociedade, pois, se quisermos
uma mudança, devemos começá-la.
Esse é um ponto der partida e o caminho está livre.